sexta-feira, 4 de maio de 2012

Água. O que podemos fazer para ter sempre?

Morando em Rio Branco, capital do Estado do Acre, uma das capitais que compõem a Amazônia Legal, é difícil pensar em crise no abastecimento de água, já que ela se localiza na região mais privilegiada do Brasil em termos de florestas e rios de água doce. Mas, a construção das cidades as margens dos rios, a falta de planejamento urbano e a falta de investimentos em saneamento básico, bem como no tratamento do esgoto, está comprometendo a qualidade da água que temos e provocando o assoreamento dos rios, gerando secas onde deveríamos ter água em abundância.


O Rio Acre que tem sua nascente no Peru e é a principal fonte de água das cidades de Assis Brasil, Brasiléia, Xapuri, Rio Branco no Acre e ainda Boca do Acre, no Amazonas, um dos rios da Amazônia que está em um processo crescente de poluição e assoreamento, que se não for tomadas medidas a curto, médio e longo prazo, poderá se tornar um rio seco no período do verão amazônico. Um exemplo desse processo foi visto no ano passado, quando o rio chegou a medir 1,57 metro. A menor marca registrada até então havia sido medida em 2005, quando o rio atingiu 1,64 metro. Segundo o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel João de Jesus Oliveira, a marca do nível do Rio Acre “Foi a menor já registrada desde que a Defesa Civil começou a verificar os dados, há 40 anos”.


Ainda não sofremos situações de seca, mas em muitos bairros da capital e até alguns municípios como o Bujari, já sofrem com falta de água potável. No Bujari em 2011, a população teve que ser abastecida por carros Pipas, porque o açude que abastece a cidade secou. A preocupação com a manutenção dos manancias de água doce e a qualidade da água que temos, foram alguns dos assuntos abordados por jornalistas de todo o País, durante o VII Fórum Àgua, o Encontro das Fontes. O evento que aconteceu em Fortaleza, capital do Estado do Ceará, foi organizado pela Revista Imprensa, reunindo na Sede do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS Engenheiros, jornalistas, e outros interessados em torno da pauta sustentabilidade dos recurso hídricos..


A escolha do Ceará para o Fórum foi estratégico. O estado está passando por uma grande Seca este ano, embora a grande imprensa ainda não tenha divulgado com tanta ênfase, graças as obras do DNOCS, que nos últimos 100 anos, vem utilizando a engenharia para manter a vida no Semi-árido brasileiro. Durante o encontro, os jornalista puderam ver de perto parte dessas obras, como é o caso do Açude Castanhão um dos maiores do estado. Em todo Semi-árido são dezenas de açudes, barragens e canais para melhor utilização das águas dos rios, espalhados nos estado da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piaui e Rio Grando do Norte.

Kátia Oliveira - Jornalista/Tv Acre e
Sinval Leão- Pres. da Revista Imprensa


Conhecer a realidade dessas regiões, as dificuldades, desafios e superação que a Seca proporciona, foi supreendente e motivador de idéias, para que a pauta ambiental esteja mais presente nas redações. Como formadores de opinião, os jornalistas tem a obrigação de promoverem pautas que despertem na população em geral, a necessidade de mudarmos os nossos hábitos ambientais. E que todos somos responsáveis pela vida no planeta, o que sem água não será possível.


Kátia Oliveira
Produtora de reportagens da Tv Acre.